Do fedor explodiu o amarelo
sem contar de onde veio sua semente.
Não deu satisfação, apenas apareceu
por cima da água suja do esgoto
do matagal verde do esgoto
vencendo a lama e o mau cheiro
Chegou de supetão
e de um dia para o outro plantou-se
fazendo frente à fumaça dos carros
aos ônibus que passam de um lado e outro
aos prédios feios e de alma triste
às pessoas que passam sempre cegas e irritadas
Mas nada disso o derrota:
ele nasceu para erguer seu rosto orgulhoso
fitando o sol, num gesto zombeteiro
fazendo pouco da sujeira e do fedor
dos shoppings e igrejas e delegacias
dos carros e pessoas sem alma
Semana que vem talvez ele já tenha ido embora
como veio, sem ter explicações a dar
deixando só a saudade da vida
que por alguns momentos apagou a cidade morta.
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5 comentários:
Para quem ainda não conhece o ilustre personagem dessa poesia, é melhor correr! Ele aind apode ser encontrado em seu endereço, no canal da Avenida ACM, entre a Estação Iguatemi e o ponto de ônibus do DETRAN. Mas vá logo, porque talvez semana que vem...
Sim...
mt interessante a forma com que vc coloca o abstrato e o concreto, a trabalho com as palavras, as analogias..sim,sim, mt bom!!
"fitando o sol, num gesto zombeteiro" Achei isso genial,zombar do Sol,é como zombar de Deus...já q Ele zomba do personagem com as circustâncias e explicaçõs que lhe são dadas...apagar a cidade morta...me faz remeter a luz de lâmpada,sabe?o lugar só está claro pq a luz artificial está ali...gostei mt Dé,vou bisbilhotar mais por aqui...
beijos
e bom carnaval!!!
grãos de pó e girassóis...
as coisas aparecem onde menos se espera.
pro bem ou pro mal.
te amo.
Será que não estará apenas de passagem?
Por que será que ele é tão dele?
O encantamento tem natureza mística?
Eu não sei...
Mas me alegro um pouco com suas cores...
André, como era de se esperar, seu blog é muito bom - você escreve muito bem, apesar do Direito...
Como voltei a ser blogueira, vou começar a te visitar por aqui.
Abraço
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